Unidade recebeu investimento de R$ 29 milhões e atenderá 40 mil indígenas em casos urgentes e graves
O Ministério da Saúde inaugurou o primeiro Centro de Referência em Saúde Indígena (CRSI Xapori Yanomami) no Brasil, localizado no Território Yanomami, em Roraima. O centro, que recebeu investimento federal de R$ 29 milhões, visa ampliar a capacidade de atendimento e oferecer assistência qualificada para cerca de 40 mil indígenas de 60 comunidades.
Durante visita técnica neste sábado (6/9), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou a importância do novo serviço:
“A última construção aqui foi em 1992. Estamos trazendo a saúde da terra indígena Surucucu para o século XXI, com equipamentos modernos, melhores condições de trabalho para os profissionais e acolhimento digno para a população indígena.”
Estrutura e serviços
O centro conta com 1.300 m² de área construída, capacidade para acolher 120 pacientes e acompanhantes e três blocos principais:
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801 m² para atendimentos;
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387 m² para alojamento de profissionais de saúde;
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122 m² destinados ao refeitório.
A unidade oferece atendimentos de urgência e emergência, exames laboratoriais, raio-x, ultrassonografia, doppler fetal, eletrocardiograma, exames preventivos do câncer do colo do útero, pré-natal e testes rápidos para malária. Além disso, possui salas de estabilização com oxigenoterapia, sistemas sustentáveis de energia e abastecimento de água, e equipamentos para conservação de medicamentos e vacinas.
Impacto e expansão
Segundo o Ministério da Saúde, houve redução de 33% no número de óbitos no território Yanomami em dois anos. As mortes por doenças respiratórias caíram 45%, por malária 65% e por desnutrição 74%.
Atualmente, 1.855 profissionais atuam no território, ante 690 em 2022 — um aumento de 169%. Em 2025, já foram realizados mais de 154 mil atendimentos, com quase 80% das crianças menores de cinco anos acompanhadas pela Vigilância Alimentar e Nutricional.
O ministro anunciou ainda a entrega de duas novas unidades até o fim de 2026, a reestruturação da Casai em Boa Vista e parcerias com o Hospital Universitário para fortalecer a rede de atenção indígena.





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