Representantes da Rússia e da Ucrânia voltam a se reunir nesta segunda-feira (2/6), em Istambul, na Turquia, para uma nova rodada de negociações de paz, enquanto o conflito entra em seu terceiro ano com sinais de agravamento. A participação ucraniana foi confirmada pelo presidente Volodymyr Zelensky, que designou o ministro da Defesa, Rustem Umerov, para integrar a delegação.
As conversas foram propostas pelo presidente russo, Vladimir Putin, e ocorrem sob forte pressão internacional, especialmente dos Estados Unidos. O presidente Donald Trump, que tenta mediar o diálogo, ameaçou abandonar as negociações caso não haja avanços concretos. “A paz é possível, mas não vamos perder tempo com boicotes”, declarou Trump, que também sugeriu sanções adicionais à Rússia se o impasse persistir.
Fontes diplomáticas afirmam que ambas as partes devem apresentar documentos com propostas formais para um possível acordo de paz. A Ucrânia indicou que não aceitará reconhecer a soberania russa sobre territórios ocupados, exigirá reparações e manterá sua capacidade militar plena após qualquer acordo. O texto ucraniano ainda sugere usar a atual linha de frente como base para as negociações territoriais.
Do lado russo, as exigências seguem inalteradas: que a Ucrânia abandone a intenção de aderir à Otan e retire suas tropas de quatro regiões parcialmente controladas por Moscou.
Apesar das tratativas, os combates escalaram nos últimos dias. A Ucrânia lançou um ataque inédito contra bombardeiros russos de longo alcance em uma base na Sibéria, a mais de 4.300 quilômetros da linha de frente. Segundo fontes da inteligência ucraniana, 40 aeronaves foram atingidas e os danos ultrapassam US$ 7 bilhões.
Em resposta, a Rússia lançou a maior ofensiva aérea da guerra até o momento, com 472 drones e sete mísseis disparados durante a madrugada de domingo. As Forças Armadas russas também avançaram na região de Sumy, conquistando cerca de 450 quilômetros quadrados em maio — o avanço mais rápido registrado nos últimos seis meses, segundo mapas de fontes pró-ucranianas.
A escalada também atingiu o território russo. Um trem de passageiros com 388 pessoas a bordo foi atingido pela explosão de uma ponte na região de Bryansk, próxima à fronteira com a Ucrânia. Sete pessoas morreram e 69 ficaram feridas. Até o momento, ninguém reivindicou a autoria do ataque.
De acordo com estimativas dos Estados Unidos, mais de 1,2 milhão de pessoas foram mortas ou feridas desde o início do conflito em 2022.
Voz de Brasília
Fonte: CNN Brasil
Foto: foto da web
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