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Rito do julgamento de Bolsonaro e aliados no STF deve durar cinco dias

Condenação ou absolvição precisa de três dos cinco votos da Primeira Turma

O Supremo Tribunal Federal (STF) definiu nesta sexta-feira (15) as datas do julgamento que pode condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete aliados pela tentativa de golpe para reverter o resultado das eleições de 2022. As sessões foram marcadas para os dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.

A ação penal trata do núcleo central da trama e será analisada pela Primeira Turma da Corte, colegiado no qual atua o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes.

Quem são os réus

Estão no banco dos réus:

  • Jair Bolsonaro – ex-presidente da República;

  • Alexandre Ramagem – ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal;

  • Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF;

  • Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

  • Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;

  • Walter Braga Netto – ex-ministro e candidato a vice em 2022;

  • Mauro Cid – ex-ajudante de ordens da Presidência.

Todos respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.

No caso de Ramagem, parte das acusações foi suspensa em razão do mandato parlamentar. Ele responde apenas a três dos cinco crimes, conforme prevê a Constituição.

Como será o julgamento

A primeira sessão será aberta em 2 de setembro, às 9h, pelo presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin. Em seguida, o relator Alexandre de Moraes fará a leitura do relatório.

Após o relatório, a palavra será dada à acusação, representada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que terá até uma hora para defender a condenação. Depois, será a vez das sustentações orais das defesas, também com até uma hora cada.

Na sequência, Moraes proferirá o primeiro voto. Depois votam, nesta ordem: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin.

A condenação ou absolvição depende da maioria simples, ou seja, três dos cinco votos.

Não está descartada a possibilidade de pedido de vista, quando um ministro pede mais tempo para analisar o processo. Nesse caso, o julgamento pode ser suspenso, mas deve retornar à pauta em até 90 dias.

Possíveis prisões

Em caso de condenação, as prisões não serão automáticas. A execução da pena só poderá ocorrer após o julgamento de eventuais recursos.

Além disso, a maioria dos réus tem direito a prisão especial, prevista no Código de Processo Penal (CPP). O grupo é formado por cinco militares do Exército, um da Marinha e dois delegados da Polícia Federal.