Reconhecimento ocorre em meio à intensificação da ofensiva israelense em Gaza e pressões internacionais
O Reino Unido e Portugal devem reconhecer oficialmente o Estado da Palestina neste domingo (21/9), apesar da forte pressão dos Estados Unidos e de Israel. Na segunda-feira (22/9), durante a Assembleia Geral da ONU, em Nova York, outros países também devem formalizar a decisão.
Segundo a imprensa britânica, o primeiro-ministro Keir Starmer anunciará a medida antes da abertura do encontro anual das Nações Unidas. Em julho, ele já havia sinalizado que seu país faria o reconhecimento caso Israel não aceitasse compromissos, incluindo um cessar-fogo em Gaza. Para Starmer, a medida pode contribuir para destravar o processo de paz. O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, acusou o líder trabalhista de “premiar o terrorismo monstruoso”.
Em Portugal, o Ministério das Relações Exteriores confirmou a decisão na última sexta-feira (19/9). Lisboa justificou o reconhecimento diante da deterioração humanitária em Gaza e dos sinais de possível anexação de territórios palestinos.
Um número crescente de países, inclusive aliados de Israel, tem reconhecido o Estado palestino nos últimos meses, em reação à intensificação da ofensiva israelense, iniciada após o ataque do Hamas em 2023.
Nesta segunda-feira, cerca de dez países devem formalizar a decisão em uma cúpula copresidida por França e Arábia Saudita. O vice-primeiro-ministro britânico, David Lammy, afirmou que o projeto de expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia ameaça inviabilizar a solução de dois Estados.
Atualmente, cerca de 75% dos 193 membros da ONU reconhecem o Estado da Palestina, proclamado em 1988 pela liderança palestina no exílio.
Enquanto isso, a situação em Gaza continua a se deteriorar. Segundo dados do Ministério da Saúde local, mais de 65 mil palestinos já morreram desde o início da ofensiva israelense. Do lado israelense, o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023 deixou 1.219 mortos, a maioria civis.
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