Comportamento comum no dia a dia pode estar ligado à insegurança, ansiedade e necessidade de afirmação, explicam especialistas.
Interromper alguém durante uma conversa é um comportamento mais frequente do que se imagina — e, segundo especialistas, pode revelar aspectos profundos da personalidade. De acordo com a psicóloga Cibele Santos, o ato de cortar a fala de outra pessoa vai muito além da falta de educação e costuma estar relacionado a questões emocionais, como insegurança e ansiedade.
“Em muitos casos, a pessoa não quer ser desrespeitosa. Ela apenas tem medo de não ser ouvida ou de esquecer o que queria dizer”, explica a psicóloga.
Segundo Cibele, há dois principais perfis entre quem costuma interromper os outros. O primeiro é o da pessoa que busca afirmação e validação constante. “Esse tipo tende a acreditar que o que tem a dizer é mais importante. É uma necessidade inconsciente de se fazer ouvir”, afirma.
O segundo perfil é o ansioso, que possui baixa tolerância ao silêncio e sente necessidade de preencher qualquer pausa na conversa. “O silêncio o incomoda, então ele fala antes que o outro termine, muitas vezes sem perceber”, complementa.
O peso de falar mais do que ouvir
Para os especialistas, o hábito de interromper reflete um desequilíbrio na comunicação interpessoal, em que o desejo de se expressar se sobrepõe à capacidade de ouvir. “A escuta ativa é fundamental para uma comunicação saudável. Quando falamos demais, deixamos de compreender o outro”, destaca Cibele.
Apesar disso, o comportamento pode ser modificado com autoconsciência e prática. “Um exercício simples é contar até três antes de responder. Essa pequena pausa ajuda o cérebro a sair do modo ‘resposta’ e entrar no modo ‘escuta’”, recomenda.
Como lidar com quem interrompe
Para quem costuma ser interrompido com frequência, a orientação é manter a calma e reafirmar o próprio espaço de fala com gentileza. Frases como “Posso só concluir meu raciocínio?” ou “Já te passo a palavra, só quero terminar esse ponto” ajudam a restabelecer o diálogo de forma equilibrada.
Outra estratégia é o uso da linguagem corporal. Manter o olhar firme e uma postura assertiva sinaliza que a fala ainda não terminou. Em reuniões ou conversas longas, também é válido combinar previamente o tempo de fala de cada um.
Ouvir também é ser ouvido
A psicóloga reforça que escutar o outro até o fim é uma forma de criar conexão genuína. “Interromper é algo que todos já fizemos em algum momento, mas ouvir de verdade é um gesto poderoso. É por meio da escuta que construímos relações mais empáticas e respeitosas”, conclui Cibele Santos.





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