Presidente defende transição energética como nova revolução produtiva e critica o negacionismo climático às vésperas da COP 30
No terceiro dia de compromissos na 80ª Assembleia Geral da ONU, em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um apelo enfático para que os países cumpram suas responsabilidades diante da crise climática. Ele destacou que a COP 30, que será realizada em Belém, deve marcar um ponto de virada no enfrentamento ao aquecimento global.
“Muros nas fronteiras não vão conter secas nem tempestades. A natureza não se curva às bombas nem a navios de guerra. Nenhum país está acima do outro”, disse o presidente, criticando a postura de governos que ainda resistem a assumir metas de redução de emissões.
Chamado às nações
Lula pediu que os países que ainda não apresentaram suas NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas) o façam imediatamente. Segundo ele, sem esses compromissos “o planeta caminha no escuro”.
O presidente também alertou que a omissão no combate às mudanças climáticas gera descrédito nas instituições democráticas e abre espaço para o negacionismo e o autoritarismo. “Se não tomarmos decisão, a sociedade vai parar de acreditar nos seus líderes. O fatalismo é o pior inimigo da ação”, disse.
Transição energética como oportunidade
Lula comparou a transição energética à Revolução Industrial, defendendo que ela deve ser encarada não apenas como desafio ambiental, mas também como processo de inovação produtiva e tecnológica. Para isso, cobrou que os países ricos antecipem suas metas de neutralidade climática e apoiem as nações em desenvolvimento com recursos e tecnologia.
O Brasil, lembrou o presidente, já apresentou sua nova NDC, que prevê redução de 59% a 67% das emissões de gases de efeito estufa em todos os setores da economia, além da meta de zerar o desmatamento até 2030.
Amazônia como palco
Ao falar sobre a realização da COP 30 em Belém, Lula destacou que a preservação da natureza está ligada ao bem-estar das pessoas. “Não há como revolucionar nossa relação com o planeta sem engajar uma ampla gama de atores”, disse, citando indígenas, cientistas, líderes religiosos e sociedade civil como protagonistas do processo.
Para ele, a conferência será “a COP da verdade”. “Essa COP vai ter que dizer se nós acreditamos ou não no que a ciência está nos mostrando”, concluiu.
Fonte: Agência Gov





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