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Morre Marcelo VIP, golpista que inspirou filme com Wagner Moura

Marcelo Nascimento da Rocha, conhecido nacionalmente como Marcelo VIP e considerado um dos maiores golpistas do Brasil, morreu aos 49 anos. A morte ocorreu nesta terça-feira (9), em Joinville (SC), durante uma viagem a trabalho. A informação foi confirmada por familiares, advogados e amigos próximos. Atualmente, Marcelo vivia em Curitiba. O enterro está previsto para esta quarta-feira (10), em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana da capital paranaense.

Segundo o advogado Nilton Ribeiro, Marcelo — que havia passado por cirurgia bariátrica — morreu em decorrência de complicações de cirrose hepática, doença que provoca cicatrizações no fígado e compromete, progressivamente, o funcionamento do órgão.

Natural de Maringá (PR), Marcelo VIP ganhou notoriedade no início dos anos 2000 por uma série de golpes, identidades falsas e fugas cinematográficas. Sua vida foi retratada no documentário “VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso” (2010) e inspirou o filme de ficção “VIPs” (2011), estrelado por Wagner Moura, vencedor de quatro prêmios no Festival do Rio.

A farsa que chocou o país

O episódio que marcou sua ascensão pública ocorreu em 2001, quando ele se passou por Henrique Constantino, um dos fundadores da Gol Linhas Aéreas, durante uma festa no Recife. Sem levantar suspeitas, concedeu entrevistas, circulou entre celebridades e enganou profissionais da imprensa — uma história que repercutiu em todo o Brasil e no exterior.

Ao longo da vida, Marcelo acumulou condenações por associação ao tráfico, estelionato, falsidade ideológica e roubo de avião. Foi preso ao menos 12 vezes e protagonizou seis fugas. Em sua biografia, publicada em 2005, relatou que começou a aplicar golpes aos 14 anos e que, aos 18, já atuava como piloto do narcotráfico.

Ele também afirmou que a mudança para Curitiba, quando tinha apenas oito anos, marcou o momento em que a família “perdeu o controle” sobre seu comportamento.

Prisões, fugas e tentativa de recomeço

Durante as filmagens do longa “VIPs”, Marcelo cumpria pena na Penitenciária Central do Estado, em Cuiabá, onde permaneceu por quatro anos. Em 2014, conseguiu progressão para o regime domiciliar. Em 2018, voltou a ser preso por suspeita de forjar documentos para obter benefícios no sistema penal.

Nos últimos anos, porém, amigos relatam que ele buscava reconstruir sua trajetória. Passou a atuar como palestrante, escritor e produtor, colaborando com artistas e tentando se distanciar da vida criminosa que marcou seu passado.

Em homenagem publicada nas redes sociais, o advogado Roberto Bona Junior, amigo próximo, afirmou que Marcelo “soube aproveitar novas oportunidades e escrever outra história”, apesar dos erros que o tornaram famoso.