Acolhimento, capacitação e emprego vêm mudando trajetórias de pessoas em vulnerabilidade social extrema na capital federal
Hoje, André não só tem um teto, como também um emprego digno no Serviço de Limpeza Urbana (SLU). “Fiz as entrevistas e passei por um processo seletivo”, conta. “Depois de uns 30 dias, passei por mais um processo até ser efetivado aqui pela empresa. O recomeço é tudo. Dá dignidade, dá esperança. Ainda mais quando a gente tem uma criança que se espelha na gente. Agora, meu plano é juntar dinheiro e alugar uma casa para nós dois”.
Superação e conquista
História parecida vive a também gari Thais Ferreira Madureira, 28. Vítima de violência doméstica, ela chegou a dormir nas ruas com os dois filhos pequenos. Foi encaminhada para uma unidade de acolhimento institucional e, em pouco tempo, viu sua vida tomar outro rumo. Thaís se formou em um curso de capacitação do RenovaDF e, assim como André, foi contratada por uma empresa prestadora de serviços do SLU.
“Quero crescer na empresa, terminar os estudos e dar uma vida melhor para meus filhos”, projeta. “Isso aqui é uma chance real de recomeçar. Se eu – que estive em uma situação de vulnerabilidade extrema – consegui, outras pessoas também vão conseguir. E que seja um recomeço na vida delas.”
Thais Madureira, que chegou a dormir nas ruas, hoje também trabalha no SLU: “Se eu – que estive em uma situação de vulnerabilidade extrema – consegui, outras pessoas também vão conseguir”
Atualmente, 35 pessoas em situação de rua estão empregadas no SLU, distribuídas entre as três empresas contratadas pelo órgão. A meta é preencher todas as 90 vagas previstas no Decreto nº 45.846/2024, que determina a reserva de 2% das vagas em empresas prestadoras de serviço ao GDF para esse público. A ação integra o Plano de Ação para a Efetivação da Política Distrital para a População em Situação de Rua, coordenado pela Casa Civil do DF.
“A nossa secretaria atua com ênfase na garantia de direitos e na dignidade humana”, explica o secretário-chefe da Casa Civil, Gustavo Rocha. “Desde o início do plano, o nosso objetivo é acolher essas pessoas e proporcionar a elas uma oportunidade de recomeçar. Oferecer uma possibilidade de entrar no mercado de trabalho é uma alternativa eficaz para que elas tenham condições de saírem das ruas.”
Retrato da população em situação de rua no DF
Histórias como as de André e Thais ajudam a dar rosto e voz aos números apresentados pelo 2º Censo Distrital da População em Situação de Rua, divulgado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF). A pesquisa analisou pessoas em situação de rua nos espaços públicos, em acolhimentos e comunidades terapêuticas e mostrou avanços importantes, além de apontar caminhos para as políticas públicas do GDF.
Fonte: Agência Brasília





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