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Police officers guard alleged criminals arrested during the Operacao Contencao (Operation Containment) at the Vila Cruzeiro favela, in the Penha complex, in Rio de Janeiro, Brazil, on October 28, 2025. At least 2,500 security forces agents took part in an operation to arrest drug traffickers from the Comando Vermelho (CV), which resulted in 64 people dead, authorities reported. (Photo by Mauro PIMENTEL / AFP)
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73% defendem tratar facções como terroristas

Pesquisa Genial/Quaest revela que a população brasileira apoia medidas mais duras na área de segurança pública. O levantamento foi realizado entre 6 e 9 de novembro de 2025, com 2.004 entrevistados de 16 anos ou mais, em entrevistas presenciais. A margem de erro é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.

Em meio ao debate sobre o PL Antifacção e à repercussão da megaoperação policial no Rio de Janeiro, 88% dos brasileiros afirmam que as penas deveriam ser mais severas, e 73% defendem que organizações criminosas sejam classificadas como terroristas — principal ponto de divergência entre base governista e oposição.

Além disso, 65% dos entrevistados apoiam a retirada do direito de visita íntima de presos ligados a facções, e 60% aprovam a PEC da Segurança Pública, proposta pelo governo Lula. Essa PEC amplia o papel do governo federal na formulação de políticas de segurança, mas enfrenta resistência de governadores. Já 52% defendem que a responsabilidade pela segurança pública passe ao governo federal.

A população, contudo, está dividida sobre permitir que cada estado tenha sua própria legislação de segurança: 46% são favoráveis e 48% são contrários.
A facilitação do acesso a armas de fogo é amplamente rejeitada: 70% são contra e 26% a favor.


Contexto político e reações

Como mostrou o Estadão, a megaoperação policial no Rio politizou o debate sobre segurança pública e antecipou discussões do calendário eleitoral. Além da PEC da Segurança, o Planalto aposta no PL Antifacção, enviado à Câmara em 31 de outubro, para endurecer a legislação contra o crime organizado.

O texto está sob relatoria do deputado Guilherme Derrite (PP-SP), licenciado do cargo de secretário de Segurança Pública de São Paulo, na gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Derrite vinha sendo criticado por propor a equiparação entre facções criminosas e grupos terroristas, mas essa medida tem amplo respaldo popular, segundo a pesquisa.

Nesta terça-feira (11), o deputado apresentou uma nova versão do projeto, retirando a equiparação direta entre crimes de facções e atos terroristas. O novo texto também mantém a competência plena da Polícia Federal, após críticas à tentativa inicial de reduzir seu protagonismo no combate ao crime organizado.


O que os brasileiros acham mais eficaz contra a violência

A pesquisa também perguntou quais medidas seriam mais eficazes para reduzir a violência.

  • 46% apontaram o endurecimento das leis — com penas maiores e punição mais rígida — como principal caminho.

  • 27% destacaram ações preventivas, como educação, oportunidades e políticas sociais.


Consórcio de governadores divide opiniões

A violência é citada por 38% dos entrevistados como o principal problema do país.
Nesse cenário, governadores como Cláudio Castro (PL-RJ), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) criaram o chamado “Consórcio da Paz”, para coordenar ações conjuntas de segurança pública.

A iniciativa, porém, divide a população:

  • 47% consideram o consórcio uma ação política,

  • 46% acreditam que ele pode ajudar a reduzir a violência.


Megaoperação no Rio tem apoio popular

A pesquisa foi feita durante a repercussão da megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos — o maior número de vítimas em uma operação na história do estado.

Segundo a Quaest, 67% dos brasileiros aprovam a ação, 25% desaprovam e 8% não opinaram.