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Lula reafirma plano de reeleição e alerta para risco de maioria opositora no Senado

Durante o congresso nacional do PSB, realizado neste domingo (2), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou sua intenção de disputar a reeleição em 2026 e fez um apelo pela união das forças de esquerda. Ao lado do prefeito do Recife, João Campos, que assumiu o comando do partido, Lula discursou por quase uma hora e destacou que, se continuar “bonitão, apaixonado e motivado”, a extrema-direita “não voltará a governar o Brasil”.

O evento também serviu para reforçar o papel do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) na chapa presidencial. Ao participar ativamente da convenção, Lula deu sinais claros de que não pretende substituí-lo, apesar das articulações de aliados do MDB que sugerem o nome do governador do Pará, Helder Barbalho, para a vice. O novo presidente do PSB, João Campos, afirmou que a aliança Lula-Alckmin foi estratégica para a vitória de 2022 e deve ser preservada.

Preocupação com o Senado

Em seu discurso, Lula expressou forte preocupação com a possibilidade de a oposição conquistar maioria no Senado em 2026. Segundo o presidente, esse cenário representa ameaça direta às instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF), alvo constante dos ataques de parlamentares bolsonaristas.

“Precisamos eleger senadores da República. Precisamos ganhar a maioria do Senado, porque, senão, esses caras [bolsonaristas] vão avacalhar a Suprema Corte. Precisamos preservar as instituições que garantem a democracia neste país”, afirmou o presidente.

O principal alvo da oposição, caso alcance maioria no Senado, seria o ministro Alexandre de Moraes, relator das ações que apuram tentativa de golpe após as eleições de 2022 e o uso de fake news por extremistas.

Desafios eleitorais e polarização

Apesar de se mostrar animado, Lula enfrenta desafios reais para 2026. Seu governo tem enfrentado alta taxa de desaprovação, e a polarização com o bolsonarismo segue intensa. O empresariado paulista articula a candidatura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é visto como alternativa competitiva. No entanto, Tarcísio resiste à ideia de disputar a Presidência sem o apoio total do ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda inelegível.

Outros nomes do campo da direita, como os governadores Eduardo Leite (RS), Ronaldo Caiado (GO) e Romeu Zema (MG), também são cotados, mas sem consenso para unificação. Nesse cenário fragmentado, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) aparecem como possíveis nomes para herdar o capital político do ex-presidente.

Mesmo sendo réu nas investigações sobre a tentativa de golpe de 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro segue viajando pelo país e promovendo articulações para as eleições estaduais e ao Senado.

Defesa da democracia como eixo da campanha

João Campos, em seu primeiro discurso como presidente do PSB, reforçou o papel do partido na defesa da democracia. Afirmou que a sigla estará ao lado de Lula para garantir a governabilidade e vencer a disputa eleitoral.

“Não existe partido sem democracia. Não existe justiça social sem democracia. E é papel de quem compreende isso ajudar a fazer um governo dar certo e ajudar a vencer uma eleição importante e estratégica, como será a de 2026”, declarou.

Campos também defendeu uma frente ampla: “Vamos trazer quem pensa diferente. Vamos mostrar que o nosso partido está pronto para colher uma grande frente política e vamos consolidar uma vitória democrática nos estados brasileiros e no nosso país, ao lado do presidente Lula.”

Voz de Brasília

Fonte: Correio Braziliense

Foto: foto da web