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Lula e Congresso mantêm impasse sobre IOF às vésperas de reunião no STF

A poucos dias da audiência de conciliação no Supremo Tribunal Federal, marcada para o próximo dia 15, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e lideranças do Congresso seguem irredutíveis quanto à crise envolvendo o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Ambos os lados demonstram pouco interesse em ceder.

Lula afirmou publicamente que não está participando de nenhuma tentativa de conciliação, e reforçou sua posição sobre a legalidade do decreto presidencial que elevou o imposto. “Decreto é prerrogativa do Executivo. Mandamos uma proposta ao Congresso, e eles fizeram algo, na minha opinião, inconstitucional”, declarou o presidente.

A Advocacia-Geral da União (AGU) será a responsável por representar oficialmente o governo na mediação. Lula deve se reunir com o advogado-geral Jorge Messias, além de encontrar mandatários da Índia e Indonésia nesta semana.

Apesar da tensão política, o governo tem se saído melhor nas redes sociais. Segundo a Quaest, de 4,4 milhões de menções ao IOF entre 24 de junho e 4 de julho, 61% criticaram o Congresso, 28% foram neutras e apenas 11% atacaram o governo.

Nas redes, a narrativa do Planalto tem sido centrada na “taxação dos BBBs” — bilionários, bets (apostas) e bancos —, o que incomodou parte do Centrão e da oposição. Parlamentares acusam o governo de promover discurso de ódio de classe com fins eleitorais.

Um dos alvos da mobilização digital é Hugo Motta, presidente da Câmara, que não dá sinais de recuo. Embora afirme estar aberto ao diálogo, mantém tom crítico em relação ao Planalto. Nos bastidores, nega retaliação sistemática ao governo, mas alerta: insistir na retórica de “ricos contra pobres” pode endurecer ainda mais o Congresso.

Ambas as partes têm até esta sexta-feira (11) para enviar seus argumentos jurídicos ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no STF. A Corte analisará, entre outros pontos, se houve abuso por parte do Executivo ao editar os decretos, e se o Legislativo excedeu ao derrubá-los.

A crise do IOF já ameaça travar outras pautas prioritárias, como a isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da escala de trabalho 6×1. Com o recesso parlamentar se aproximando, cresce a pressão por uma saída rápida — mesmo que parcial.

Fonte: CNN Brasil (2025) – Reportagem de Luciana Amaral