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Irmãos Batista articulam aproximação entre Trump e Lula nos EUA

Joesley e Wesley Batista, donos da JBS, têm atuado em negociações comerciais que abriram caminho para o diálogo entre os presidentes dos Estados Unidos e do Brasil.

As declarações recentes de “química” entre os presidentes Donald Trump (EUA) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram antecedidas por intensa articulação de empresários brasileiros em Washington. Entre os mais influentes estão Joesley e Wesley Batista, donos do grupo J&F, controlador da gigante de carnes JBS.

De acordo com a Folha de S.Paulo, Joesley foi recebido por Trump na Casa Branca há cerca de três semanas. No encontro, o empresário discutiu com o republicano os efeitos do tarifaço de 50% imposto pelos EUA a produtos brasileiros — medida que afeta diretamente o setor de carnes —, além da questão da importação de celulose. O executivo defendeu o diálogo como forma de reduzir tensões e incentivar a aproximação entre os governos.

Segundo o g1, a força da J&F no mercado norte-americano contribuiu para abrir portas: o grupo emprega 75 mil pessoas nos EUA e 180 mil no Brasil, produzindo desde carne bovina e frango até alimentos processados como hambúrgueres e recheios de tacos.

Lobby empresarial

Na semana de 11 de setembro, uma comitiva de empresários brasileiros esteve em Washington. Além de Joesley Batista, participaram João Camargo (Esfera Brasil) e Carlos Sanchez (EMS), entre outros representantes, como da Embraer. Eles se reuniram com parlamentares republicanos próximos a Trump, incluindo a deputada Maria Elvira Salazar, e com Susie Wiles, chefe de gabinete do presidente norte-americano. Paralelamente, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) manteve encontros no Departamento de Comércio e no Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR).

O lobby já trouxe resultados: em 5 de setembro, Trump assinou ordem executiva retirando a tarifa de 10% sobre a celulose brasileira, produto que rendeu 2,8 milhões de toneladas exportadas para os EUA em 2024. Interlocutores acreditam que a carne bovina pode ser incluída em futuras isenções.

Histórico de contribuições

O grupo JBS também é lembrado pelo apoio financeiro ao republicano: em 2017, a Pilgrim’s Pride, controlada pela empresa nos EUA, doou US$ 5 milhões para a posse de Trump, a maior contribuição individual registrada pela Comissão Eleitoral Federal (FEC).

Aproximação política

Durante a Assembleia Geral da ONU, Trump afirmou ter tido um breve encontro com Lula, destacando uma “excelente química” no contato e sinalizando abertura para conversas sobre tarifas.

Estivemos ali 39 segundos, foi uma coisa muito rápida, mas foi uma química excelente. Isso foi um bom sinal — disse Trump.

Lula, em coletiva, confirmou que pretende aprofundar o diálogo:

Fiz questão de dizer ao presidente Trump que temos muito a conversar. Há muitos interesses dos dois países em jogo e espero que possamos construir uma pauta positiva entre Brasil e EUA.