Imigrantes que estavam prestes a se tornar cidadãos americanos tiveram suas cerimônias de naturalização canceladas de forma abrupta após novas medidas do governo Donald Trump para endurecer a política migratória nos Estados Unidos. A decisão afetou pessoas de 19 países já submetidos à proibição de viagens, incluindo o Irã, deixando moradores permanentes legais — que haviam concluído todas as etapas do processo — em um cenário de incerteza e frustração.
Um dos casos é o de Sanam, imigrante iraniana que vive nos EUA há mais de uma década e aguardava apenas o juramento final para se tornar cidadã. Dois dias antes da cerimônia, marcada para 3 de dezembro, ela foi informada do cancelamento sem explicações. Posteriormente, descobriu que a decisão estava relacionada ao seu país de nascimento. Segundo a BBC, situações semelhantes foram registradas em diferentes Estados americanos, afetando imigrantes que já haviam passado por rigorosas verificações de segurança, testes e entrevistas.
As restrições fazem parte de um pacote anunciado após um ataque ocorrido em Washington no fim de novembro, usado pelo governo como justificativa para suspender processos de imigração, reduzir a validade de vistos de trabalho e interromper decisões sobre pedidos de asilo. Embora o Serviço de Cidadania e Imigração dos EUA afirme que as medidas visam proteger a segurança nacional, organizações de defesa dos direitos dos imigrantes alertam que a suspensão indefinida equivale, na prática, a uma nova proibição.
Especialistas destacam que a paralisação atinge milhares de pessoas em diferentes fases do processo migratório, criando um “limbo jurídico” para famílias que vivem legalmente no país há anos. Para muitos, como Sanam, o impacto vai além da burocracia e reacende o debate sobre permanência nos Estados Unidos, especialmente em um período tradicionalmente marcado por celebrações e reuniões familiares.
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