Imagine acordar com a notícia de que uma nova cepa mortal de gripe surgiu na sua cidade. Enquanto as autoridades de saúde minimizam a gravidade da situação, as redes sociais são inundadas por declarações contraditórias de supostos especialistas discutindo a origem e o perigo do vírus.
Hospitais ficam sobrecarregados com pacientes que apresentam sintomas semelhantes aos da gripe, comprometendo o atendimento de outras pessoas e resultando em mortes evitáveis. Posteriormente, descobre-se que o pânico foi intencionalmente provocado por um adversário estrangeiro, por meio da disseminação de informações falsas — como a alegação de que a nova cepa possuía uma alta taxa de mortalidade. Ainda assim, nenhuma legislação vigente considera esse tipo de ação como um ato de guerra.
Esse cenário ilustra o conceito de guerra cognitiva, no qual o domínio da mente humana se torna um novo campo de batalha, por vezes operando abaixo do limiar das guerras tradicionais.
Um exemplo emblemático dessa estratégia é o “controle reflexivo” — uma técnica amplamente desenvolvida pela Rússia ao longo das últimas décadas. Trata-se da manipulação das percepções do adversário de forma tão sutil que ele não percebe que está sendo influenciado.
Durante o conflito na Ucrânia, essa abordagem se traduziu em narrativas que reivindicam terras ucranianas com base em argumentos históricos e em tentativas de retratar o Ocidente como moralmente decadente.
Segundo especialistas, diante desse tipo de ameaça, é urgente repensar o que constitui uma guerra no século 21.





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