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GDF cobra participação da União em financiamento permanente do transporte público

Brasília — O Governo do Distrito Federal (GDF) pressiona a União para garantir uma fonte permanente de recursos para o transporte público da capital. Apesar de contar com uma das frotas mais novas do país — idade média inferior a três anos e mais de 1.200 veículos modernos — o sistema enfrenta queda no número de passageiros e custos operacionais crescentes.

O alerta foi feito pelo secretário de Transporte e Mobilidade do DF, Zeno Gonçalves, durante o Seminário Nacional da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), realizado nesta terça-feira (12) em Brasília. Segundo ele, o subsídio tarifário praticamente dobrou nos últimos anos, alcançando R$ 1,7 bilhão, enquanto a participação dos ônibus na divisão modal caiu 10%, em parte devido à migração para carros e motos, agravada pela pandemia.

“Hoje, 70% do custo do transporte é subsidiado pelo GDF. É preciso que mais gente entre nessa conta, inclusive o governo federal, garantindo fonte permanente de investimento”, afirmou Gonçalves.

O secretário defendeu obras de grandes corredores, expansão dos sistemas BRT, integração com ciclovias e qualificação de pontos e terminais. Citou ainda casos de passageiros que enfrentam jornadas diárias de quase 18 horas entre deslocamento e trabalho.

Outro ponto crítico é o transporte do Entorno, que leva cerca de 350 mil passageiros por dia para Brasília. O DF e Goiás formaram um consórcio para gerir o serviço, mas aguardam posicionamento da União. “Se houver negativa, teremos que explicar à população que a competência é federal”, disse Gonçalves.

Posição do governo federal
O diretor do Departamento de Regulação da Mobilidade e Trânsito Urbano do Ministério das Cidades, Marcos Daniel, reconheceu a necessidade de estabilidade e previsibilidade no financiamento do transporte público. Segundo ele, a pasta já destinou recursos para corredores exclusivos, terminais, sistemas BRT e renovação de frota, incluindo veículos elétricos.

Daniel afirmou que está em elaboração, junto ao BNDES, um estudo nacional para integrar regiões metropolitanas com diferentes gestores, e que o DF e o Entorno são prioridade. “Estamos empenhados em buscar soluções conjuntas, planejando ações que unam eficiência e qualidade”, disse.

O Congresso discute um marco legal para assegurar a continuidade dos investimentos, blindando a política de mudanças de gestão.