O mais recente boletim InfoGripe, divulgado pela Fiocruz nesta quinta-feira (6/6), aponta que os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) continuam crescendo no Brasil, especialmente os associados à influenza A e ao Vírus Sincicial Respiratório (VSR). A fundação reforça a importância da vacinação, sobretudo entre idosos, crianças, gestantes e pessoas com comorbidades, que formam o grupo mais vulnerável às complicações respiratórias.
De acordo com a pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, a mortalidade por SRAG nas últimas oito semanas tem sido semelhante entre crianças e idosos. Entre os mais velhos, a influenza A se destaca como principal agente. Já nas crianças, a combinação entre rinovírus, VSR e influenza A é responsável pela maior parte das internações e óbitos.
Crianças e idosos são os mais afetados
O aumento de casos em crianças de até quatro anos tem sido impulsionado principalmente pelo VSR, mas também por outros vírus respiratórios. Nos idosos a partir dos 65 anos e em adultos jovens (a partir dos 15), a influenza A é o principal fator associado ao aumento das hospitalizações por SRAG.
Embora haja sinais de desaceleração em alguns estados do Centro-Sul, Norte e no Ceará, os níveis de incidência ainda são elevados. Das 27 unidades da federação, 25 estão em situação de alerta ou alto risco. Capitais como Belo Horizonte, Salvador, São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro também estão com tendência de crescimento nas hospitalizações por SRAG.
Quadro nacional preocupa
Desde o início do ano epidemiológico de 2025, o Brasil já notificou 83.928 casos de SRAG, sendo:
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49,4% (41.455) com confirmação laboratorial para vírus respiratórios;
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35,2% (29.563) com resultado negativo;
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8,7% (7.334) ainda aguardando resultado.
Entre os casos positivos, destacam-se:
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Influenza A: 22,7%
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VSR: 45%
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Rinovírus: 22,8%
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Sars-CoV-2 (Covid-19): 11,1%
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Influenza B: 1,2%
Nas quatro semanas mais recentes, os dados revelam crescimento da influenza A (38,9%) e do VSR (47,3%) entre os infectados. Entre os óbitos, 73,4% foram causados por influenza A, o que reforça o alerta das autoridades sanitárias para que a população se vacine.
Regiões em alerta
A maioria dos estados do Centro-Sul e alguns do Norte e Nordeste apresentam incidência de SRAG em níveis de moderado a muito alto. Capitais como Florianópolis, Maceió, João Pessoa, Porto Alegre e Rio Branco também estão com sinal de crescimento de longo prazo nos casos graves.
“A vacinação é a principal medida de prevenção, especialmente neste período de maior circulação dos vírus respiratórios”, enfatiza Tatiana Portella.
A Fiocruz mantém o monitoramento contínuo da evolução da SRAG no país e recomenda que a população procure os postos de saúde para atualização do esquema vacinal contra a gripe, além de manter os cuidados básicos de higiene e isolamento em casos de sintomas respiratórios.
Voz de Brasília
Fonte: agência gov
foto: foto da web





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