Cotação: ★★★★☆
Por Tom Leão — Publicado em 03/10/2025 às 09h52
Leonardo DiCaprio entrega uma atuação digna de Oscar no excelente Uma batalha após a outra, novo filme de Paul Thomas Anderson, atualmente em cartaz.
Antes de tudo, vale dizer: meus três filmes favoritos de Paul Thomas Anderson (PTA) são Boogie Nights, There Will Be Blood (Sangue Negro) e Phantom Thread (Trama Fantasma). Ele já merecia ter levado o Oscar de direção ou de melhor filme por qualquer um deles — com sobras. Dito isso, seu novo longa, Uma batalha após a outra (One Battle After Another, no original), representa talvez a melhor chance do diretor de conquistar, enfim, as estatuetas principais. E motivos não faltam: o filme é simplesmente sensacional.
Além de ser o projeto mais caro e ambicioso de Anderson, é também o mais politizado e eletrizante em termos de ação. Em diversos momentos, o longa evoca os filmes políticos dos anos 1970, que abordavam grandes temas sociais por meio de histórias humanas — com personagens complexos, fotografia expressiva e ritmo envolvente. Em outros, lembra o estilo realista de Michael Mann, especialmente o de Fogo Contra Fogo (Heat, 1995).
Durante suas 2h40 de duração, o filme nunca cansa. A trama gira em torno de um grupo revolucionário que, 16 anos após uma ousada ação em Los Angeles, se reúne para enfrentar um inimigo comum que volta a persegui-los. No intervalo, muitos dos ideais do passado ficaram pelo caminho.
O elenco principal reúne três vencedores do Oscar: Leonardo DiCaprio, que vive Bob — um guerrilheiro de perfil semelhante aos personagens interpretados por Joaquin Phoenix nos filmes anteriores de PTA —, Benicio del Toro, como um sensei mexicano histriônico, e Sean Penn, em uma performance impressionante como o insano coronel Lockjaw. Nenhum deles é, de fato, o protagonista absoluto, mas todos conduzem a narrativa com intensidade, característica recorrente nas obras corais do diretor desde Boogie Nights e Magnolia.
Pela força do que entregam aqui, tanto Anderson quanto DiCaprio e Penn merecem figurar entre os favoritos ao Oscar. O filme também justifica o uso do formato IMAX, especialmente na sequência final, que traz panorâmicas deslumbrantes do deserto e uma cena de perseguição na estrada de tirar o fôlego. Enfim, parece ter chegado a hora de Paul Thomas Anderson ser reconhecido como merece.
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COTAÇÕES:
★★★★★ excelente
★★★★ muito bom
★★★ bom
★★ regular
★ ruim
⚫ péssimo
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