Nesta terça-feira (21/1), o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa , uma data que homenageia a Ialorixá Mãe Gilda de Ogum, também conhecida como Gildásia dos Santos e Santos. Fundadora de um terreiro no bairro de Itapoã, em Salvador, Mãe Gilda foi vítima de ataques de intolerância religiosa que culminaram em sua morte por infarto em 21 de janeiro de 2000. Em 2007, a Lei 11.635 instituiu os dados no Calendário Cívico da União como símbolo da luta contra o preconceito e a discriminação religiosa.
A Constituição e a liberdade de crença
O direito à liberdade de crença é garantido pela Constituição brasileira. O artigo 5º, inciso VI, garante a inviolabilidade da consciência e da crença, além da proteção aos locais de culto e liturgias. No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) alerta que esses direitos ainda enfrentam desafios no país. Para o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, a intolerância religiosa “não é característica do povo brasileiro” e não deve ser normalizada.
Políticas de combate ao racismo religioso
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou que o governo federal tem trabalhado para combater o racismo religioso e valorizar as tradições de matriz africana. O Ministério da Igualdade Racial investiu mais de R$ 114 milhões em ações voltadas para garantir direitos, promover o respeito e preservar a memória das comunidades tradicionais e povos de terreiro. “Trabalhamos por um país onde cada crença seja respeitada e cada cidadão possa viver com dignidade e segurança”, afirmou o ministro.
Resgate histórico e cultural
A TV Senado também contribuiu para a reflexão sobre o tema ao lançar o nono episódio da série documental Libertárixs . O episódio aborda a história de Marcelina Obatossi, Ialorixá da Casa Branca, o primeiro terreiro de Candomblé de Salvador, conectando o legado histórico da população negra às lutas do presente.
A data é um convite para fortalecer o compromisso com o respeito, o diálogo inter-religioso e a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva, onde todas as idéias possam coexistir em harmonia.
Fonte:Correio Braziliense
Foto:Senado Federal





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