Atriz Fernanda Torres dá nova dimensão à personagem clássica, refletindo mudanças na sociedade e nas visões sobre ética e poder
Mais de três décadas após o sucesso original de Vale Tudo, a novela retorna em um remake que promete reacender o debate sobre moralidade, corrupção e ambição no Brasil. A nova versão, estrelada por Fernanda Torres no papel de Odete Roitman, busca reinterpretar a vilã icônica sob a ótica dos dias atuais — um país em que as noções de “certo” e “errado” parecem cada vez mais complexas.
Na trama original, exibida em 1988, Odete se tornou símbolo do cinismo e da frieza da elite brasileira. Agora, no remake, a personagem ganha camadas mais profundas, revelando contradições que dialogam com a sociedade contemporânea.
Fernanda Torres contou, em entrevista, que sua Odete é “menos caricata e mais humana”, embora mantenha o mesmo olhar impiedoso sobre o poder e o dinheiro.
“A Odete dos anos 80 era o retrato de uma elite que queria se afastar da lama do país. A de hoje é parte da lama — ela sabe jogar o jogo”, afirmou a atriz.
O diretor artístico Amora Mautner destaca que o novo Vale Tudo mantém o espírito provocador da obra original, mas atualiza os conflitos morais e políticos.
“Não se trata apenas de repetir o sucesso do passado, e sim de discutir o que mudou — e o que continua igual — no Brasil de 2025”, explica.
O remake também revisita o famoso triângulo entre Maria de Fátima (Sophie Charlotte), Raquel Accioli (Taís Araújo) e Afonso Roitman (Gabriel Leone). A nova versão enfatiza as tensões de classe, gênero e poder com um olhar contemporâneo, sem perder a essência dramática que marcou a telenovela.
Exibida originalmente entre 1988 e 1989, Vale Tudo foi escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, e entrou para a história da televisão brasileira com o bordão “Quem matou Odete Roitman?”.
A nova versão, escrita por Manuela Dias, estreia em 2025 e promete provocar o público com a mesma pergunta central: vale tudo para vencer?
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