A Polícia Federal encontrou no celular de Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master, um contrato de R$ 129 milhões firmado com o escritório de advocacia de Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O acordo previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões por três anos, sem detalhar causas específicas, estabelecendo uma atuação ampla do escritório em favor do banco.
O documento foi localizado durante a Operação Compliance Zero, que investiga um esquema bilionário de fraudes no sistema financeiro e resultou na liquidação extrajudicial do Banco Master pelo Banco Central. Vorcaro e outros executivos chegaram a ser presos, mas obtiveram habeas corpus e atualmente cumprem medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica e proibição de atuar no setor financeiro.
A reportagem também destaca outros episódios envolvendo ministros do STF e o caso Master, como a viagem do ministro Dias Toffoli em voo particular com advogado ligado ao banco, além da decisão de transferir o inquérito para o Supremo sob sigilo. As revelações reacenderam o debate sobre conflitos de interesse, transparência e a ausência de um código de conduta específico para ministros da Suprema Corte.
Especialistas ouvidos pela BBC apontam falhas graves de accountability e defendem mecanismos mais rigorosos de controle e fiscalização do STF. Diante da repercussão, o presidente da Corte, Edson Fachin, anunciou a intenção de discutir a criação de um código de conduta para os ministros, inspirado em modelos internacionais.





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