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Construtora aterra bacias de drenagem em Ceilândia para construção de 25 prédios

A Direcional Engenharia iniciou o aterramento de bacias de detenção do sistema de drenagem de águas pluviais em Ceilândia, no Distrito Federal, com o objetivo de erguer um complexo residencial com 25 torres e 592 apartamentos. A intervenção ocorre sobre três das cinco bacias construídas há mais de 20 anos, no governo de Joaquim Roriz, para conter alagamentos frequentes na região.

As chamadas “piscinões” foram projetadas para armazenar temporariamente a água da chuva e liberar o volume de forma gradual, evitando enchentes e danos à infraestrutura urbana. Imagens de satélite e registros recentes mostram o avanço do aterramento entre os anos de 2008 e 2025.

O empreendimento ocupará uma área de 29,7 mil metros quadrados, com estrutura de lazer composta por piscina, quadras, salão de festas e 508 vagas de estacionamento. Máquinas pesadas já operam no local, como flagrado por equipe do Metrópoles.

Órgãos públicos e empresa se manifestam

A Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) afirmou, por meio de nota, que a remoção das bacias de detenção não compromete o sistema de captação de águas pluviais e que estão sendo desenvolvidos projetos para ampliar e melhorar o escoamento na região.

A Direcional Engenharia, por sua vez, declarou que possui todas as autorizações legais para executar a obra, e que o projeto foi precedido por estudos técnicos de impacto na drenagem. A construtora também ressaltou que não haverá aterramento total das estruturas, mantendo parte das bacias em funcionamento, e que as intervenções ocorrem em área privada.

Apesar dos esclarecimentos, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), responsável por licenciamento e fiscalização ambiental, ainda não se pronunciou sobre a intervenção.

Riscos e preocupações

Especialistas e moradores da região alertam para o risco de agravamento dos alagamentos, especialmente durante o período de chuvas. A remoção de infraestrutura pública de contenção hídrica para fins privados levanta questionamentos sobre o impacto ambiental e urbano da obra, além da responsabilidade futura por possíveis danos à população local.

O caso deve ganhar novos desdobramentos à medida que mais órgãos ambientais e urbanísticos se manifestem.

Fonte: Metropoles