Ainda assim, o desafio persiste: apenas 42% dos casos são registrados nas primeiras 24 horas
O Distrito Federal mantém um dos maiores percentuais de localização de pessoas desaparecidas do país, com 94% dos casos solucionados entre janeiro e setembro de 2025, segundo dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF).
De acordo com o secretário de Segurança Pública, Sandro Avelar, a rapidez da denúncia é determinante. “A forma como a família age nas primeiras horas pode definir o desfecho do caso. Por isso, pedimos que o registro seja feito imediatamente e da maneira mais completa possível. Não espere 24 horas”, afirmou.
Apesar do resultado expressivo, o levantamento mostra que apenas 42% dos registros ocorrem nas primeiras 24 horas, período considerado decisivo para o sucesso das buscas.
A primeira-dama do DF, Mayara Noronha Rocha, destacou que o percentual elevado é fruto de uma política pública integrada. “O programa de desaparecidos demonstra que, com união e comprometimento, é possível transformar dor em reencontros e esperança. Por trás de cada número está uma história, uma família e uma vida reencontrada”, disse.
O secretário-executivo institucional de Políticas de Segurança Pública, Paulo André Vieira, também ressaltou o papel da cooperação entre poder público e sociedade civil. “Com tecnologia, acolhimento e prevenção, garantimos respostas mais rápidas e humanizadas às famílias que vivem essa dor.”
Primeiras horas são decisivas
A SSP-DF reforça que não é necessário aguardar 24 horas para registrar um desaparecimento. Assim que a ausência for percebida, familiares devem acionar o 190 ou procurar a delegacia mais próxima, inclusive por meio da Delegacia Eletrônica.
No registro, devem constar informações detalhadas, como foto recente, características físicas, roupas usadas, condições médicas e o último local onde a pessoa foi vista. Esses dados aumentam as chances de uma localização rápida.
Dados e perfil dos casos
Entre janeiro e setembro deste ano, foram registrados 1.666 desaparecimentos no DF, com 1.573 pessoas localizadas. O tempo médio para registro foi de 93 horas e 20 minutos.
Do total, 64% das vítimas são homens e 36% mulheres. A faixa etária predominante é de 30 a 59 anos (43%), seguida por menores de idade (24%). Ceilândia, Planaltina, Brasília e Samambaia concentram o maior número de casos. Os desaparecimentos ocorrem com maior frequência às sextas e sábados (17% cada) e aos domingos (14%).
Divulgação responsável
A SSP-DF orienta que fotos e informações sobre desaparecidos sejam compartilhadas apenas pelos canais oficiais, como o perfil @desaparecidos_df, para evitar golpes e preservar a segurança das famílias.
Entre as ações de destaque estão a Rede de Atenção Humanizada de Pessoas Desaparecidas, que oferece apoio jurídico e psicológico; e o Protocolo Sinal de Busca Imediata, que distribui as informações da ocorrência a mais de 30 órgãos do DF e de outros estados em poucos minutos.
Campanha Nacional e DNA
Em agosto, o DF participou da Campanha Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas, promovida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. Foram coletadas amostras de 56 familiares, equivalentes a 42 famílias. O material é incluído no Banco Nacional de Perfis Genéticos e utilizado exclusivamente para localização de pessoas desaparecidas.
As coletas podem ser realizadas no Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) da Polícia Civil do DF, de segunda a sexta-feira. O agendamento é feito após o registro de ocorrência em delegacia.
Contatos para agendamento:
- Telefones: (61) 3207-4365 / 4367
- WhatsApp: (61) 98253-8016
- E-mail: ipdna-desaparecidos@pcdf.df.gov.br
Sandro Avelar concluiu destacando a importância da integração entre tecnologia e sensibilidade humana: “No DF, cada reencontro representa mais do que um dado estatístico — é a prova de que a união entre ciência, empatia e compromisso público transforma dor em reencontros e esperança em política de Estado.”
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