Seis anos após a retomada das cirurgias cardíacas de peito aberto o Hospital de Base do Distrito Federal registra um crescimento superior a mil por cento nos procedimentos realizados desde 2019 quando o serviço foi reativado pela unidade de saúde e pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal IgesDF
A primeira paciente operada após a retomada foi Luisa Andrade que na época tinha dezessete anos e apresentava uma comunicação interatrial um problema congênito no coração que mistura sangue oxigenado e não oxigenado O caso foi considerado de alta complexidade e marcou o reinício de uma nova fase no hospital
Desde aquele ano o número de intervenções cresceu de vinte e três procedimentos em 2019 para duzentos e setenta e oito em 2024 até o início de outubro deste ano já foram contabilizadas duzentas e quarenta e quatro cirurgias totalizando mil quatrocentos e sessenta e nove atendimentos
A chefe da Cirurgia Cardíaca do Hospital de Base Tatiana Maia destacou que o avanço é resultado direto de investimentos em equipamentos estrutura e capacitação de profissionais Segundo ela o hospital hoje dispõe das melhores próteses e tecnologias disponíveis no país o que garante aos pacientes do Sistema Único de Saúde o mesmo nível de qualidade encontrado em grandes centros particulares
Tatiana Maia também ressaltou a importância do serviço para o Distrito Federal lembrando que o Hospital de Base é a única unidade de porta aberta especializada em emergências cardiovasculares da capital e que muitas vidas foram salvas graças à disponibilidade desse atendimento
O caso de Luisa ilustra o impacto desse serviço A jovem relata que após a cirurgia passou a respirar melhor e retomou uma vida completamente normal Atualmente cursa administração trabalha e realiza atividades físicas com facilidade Segundo ela a cirurgia representou um renascimento
A mãe de Luisa Ângela Andrade lembra com emoção o acolhimento recebido pela equipe médica e reforça a gratidão pelo tratamento integral oferecido gratuitamente O procedimento que custaria cerca de oitenta mil reais na rede particular foi totalmente coberto pelo SUS
As cirurgias de peito aberto são indicadas para diversas doenças cardíacas incluindo insuficiências coronarianas e patologias da aorta torácica e exigem uma equipe composta por nove profissionais entre cirurgiões anestesistas perfusionistas e enfermeiros Durante o processo o coração é temporariamente parado e o sangue do paciente circula por uma máquina chamada coração pulmão
Para a médica Tatiana Maia ver os pacientes recuperados após um procedimento tão delicado é a maior recompensa da profissão Ela afirma que cada cirurgia é um momento de extrema responsabilidade em que literalmente segura o coração de uma vida nas mãos
O crescimento do número de cirurgias cardíacas no Hospital de Base simboliza o avanço do atendimento de alta complexidade na rede pública de saúde do Distrito Federal reforçando o compromisso com a qualidade e com o acesso gratuito à população que depende do Sistema Único de Saúde





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