Entre os dias 3 e 5 de junho, o Congresso Nacional será palco da 11ª edição do Fórum Parlamentar do BRICS, que neste ano tem o Brasil na presidência rotativa do bloco. O evento reunirá representantes de 35 delegações internacionais, reforçando a importância estratégica do grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Irã e Indonésia.
Pela primeira vez, o encontro terá participação aberta à sociedade civil, em uma iniciativa que fortalece o eixo People to People (P2P) — programa que promove a inclusão social e o intercâmbio cultural entre os países-membros.
Rumo à Cúpula do BRICS
O Fórum Parlamentar antecede a 17ª Reunião de Cúpula do BRICS, que será realizada nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro, com a presença dos chefes de Estado dos países do bloco. O Brasil já sediou cúpulas do BRICS em 2010, 2014 e 2019.
Segundo o deputado Fausto Pinato (PP-SP), coordenador do evento na Câmara, o formato ampliado com a presença de empresários e representantes da sociedade civil eleva o potencial do encontro:
“Agora, sim, vai ter mais gente, não vão ser só os líderes. A sociedade civil e o setor empresarial estarão juntos neste diálogo.”
Cooperação e oportunidades diante do protecionismo
A presidência brasileira no bloco propôs dois eixos prioritários de discussão:
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Cooperação entre os países do Sul Global
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Fortalecimento de parcerias para o desenvolvimento social, econômico e ambiental
Diante do aumento das medidas protecionistas adotadas pelos EUA, Pinato considera o BRICS uma alternativa estratégica:
“O Brasil precisa de tecnologia, reindustrialização e potencializar as exportações. O BRICS abre portas para aportes financeiros e parcerias privadas em setores estratégicos.”
BRICS: potência global em números
Fausto Pinato destaca o peso do BRICS na economia global: os países do bloco reúnem quase metade da população mundial e respondem por cerca de 40% do PIB global.
Dados do governo brasileiro mostram que, em 2024, o Brasil exportou 121 bilhões de dólares para os países do BRICS, o que representou 36% de suas exportações totais. As importações ficaram em 88 bilhões de dólares, demonstrando um saldo comercial positivo com os parceiros do bloco.
Origem e trajetória do BRICS
O termo BRIC surgiu em 2001, cunhado pelo economista britânico Jim O’Neill, para se referir a economias emergentes com grande potencial de crescimento. Em 2006, ocorreu a primeira reunião ministerial, e a primeira cúpula de chefes de Estado foi realizada em 2009, na Rússia. Desde então, o grupo se expandiu com novos membros, ampliando sua relevância geopolítica.
Voz de Brasília
Fonte: Agência Câmara de Notícias
Foto: Câmara dos Deputados





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