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Brasil retoma produção nacional de insulina após 20 anos com entrega de 45 milhões de doses por ano

O Brasil voltou oficialmente a produzir insulina em território nacional após duas décadas de interrupção. A retomada ocorre por meio de uma iniciativa liderada pelo Ministério da Saúde, que visa garantir soberania sanitária diante da escassez global do medicamento essencial para pacientes com diabetes. A produção será realizada pelas instituições Funed (Fundação Ezequiel Dias) e Biomm, com tecnologia transferida da farmacêutica indiana Wockhardt.

Durante visita à fábrica da Biomm, em Nova Lima (MG), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebeu o primeiro lote da insulina humana recombinante, composto por mais de 207 mil unidades, destinadas ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ao final da transferência de tecnologia, o Brasil passará a produzir cerca de 45 milhões de doses por ano, o que representa 50% da demanda do SUS para insulinas NPH e regular.

“Hoje é um dia histórico para a saúde pública brasileira. Essa retomada nos dá segurança de que, mesmo diante de crises globais, o país poderá abastecer o SUS com insulina produzida aqui, gerando emprego, renda e autonomia tecnológica”, destacou Padilha.

Segurança e autonomia na saúde

A medida, segundo o ministério, beneficiará cerca de 350 mil pessoas com diabetes e representa um investimento de R$ 142 milhões. Além da entrega imediata de frascos, os contratos preveem a entrega de 8,01 milhões de unidades (entre frascos e canetas) até 2026.

A retomada integra a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, que busca reduzir a dependência do Brasil em medicamentos e insumos estratégicos.

Insulina glargina também será nacional

Em paralelo, o Ministério da Saúde também aprovou uma PDP (Parceria para o Desenvolvimento Produtivo) para a produção de insulina glargina, utilizada por pacientes com diabetes tipos 1 e 2. O projeto envolve a Fiocruz (Bio-Manguinhos), a Biomm e a farmacêutica chinesa Gan & Lee, com previsão de 20 milhões de frascos nos próximos anos.

Como funciona a PDP

Nas PDPs, empresas privadas e instituições públicas trabalham juntas para viabilizar a produção local de medicamentos e insumos. A transferência de tecnologia ocorre por etapas, até que a produção se torne 100% nacional, garantindo autonomia produtiva para o SUS.

Atualmente, o SUS oferece gratuitamente quatro tipos de insulina, além de medicamentos orais e injetáveis para o controle do diabetes. O cuidado é garantido desde o diagnóstico até o tratamento contínuo, com foco na atenção primária à saúde.