Brasília sedia, nos dias 24 e 25 de fevereiro, a primeira reunião de sherpas do Brics sob a presidência brasileira, reunindo representantes dos 11 países que compõem o grupo. O encontro, realizado no Palácio Itamaraty, marca o início de uma agenda ambiciosa, que busca fortalecer o multilateralismo, ampliar a cooperação entre as nações do Sul Global e reformar a governança internacional para garantir maior representatividade aos países em desenvolvimento.
O embaixador Mauricio Lyrio, sherpa do Brasil no Brics, abriu a reunião destacando o compromisso brasileiro com a presidência do bloco em um momento de desafios globais. O evento contou com um discurso do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que enfatizou a necessidade de transformar a ordem internacional para que seja mais justa, inclusiva e sustentável.
“Estamos reunidos em um momento crucial, no qual o multilateralismo e a cooperação são testados por crises que desativam ação urgente e coletiva”, afirmou Vieira.
Brics Ampliado: O Novo Papel do Sul Global
O ministro celebrou a expansão do Brics, que passou de cinco para onze países, ressaltando o peso crescente do grupo no cenário internacional:
📌 Quase metade da população mundial
📌 39% do PIB global
📌 50% da produção global de energia
“O Brics ampliado simboliza um Sul Global que não é mais apenas um participante dos assuntos globais, mas uma força influente na configuração da nova ordem internacional”, destacou Vieira.
Ele reforça que as instituições globais precisam se adaptar às realidades do século XXI, garantindo que os países em desenvolvimento tenham voz ativa na formulação de políticas internacionais.
Desafios Globais e a Resposta do Brics
O chanceler brasileiro mencionou os principais desafios enfrentados atualmente e a necessidade de uma resposta coletiva do Brics:
Crises humanitárias e conflitos armados – O grupo deve fortalecer o multilateralismo e priorizar a diplomacia e a mediação.
Reforma do sistema financeiro global – O Novo Banco de Desenvolvimento é peça-chave para financiar projetos sustentáveis.
“Desglobalização” e protecionismo – O Brics deve atuar para manter um comércio multilateral justo e equilibrado.
Crise climática – Justiça climática e autonomia dos países em desenvolvimento na transição para economias de baixo carbono.
Prioridades da Presidência Brasileira no Brics
Durante seu mandato, o Brasil focará em seis áreas estratégicas:
✅ Saúde global – Garantia de acesso universal e equitativo a tratamentos e vacinas.
✅ Comércio, investimento e finanças – Fortalecimento da cooperação econômica.
✅ Mudanças climáticas – Garantia de recursos para economias emergentes.
✅ Inteligência artificial – Governança global inclusiva e democrática.
✅ Reforma do sistema de segurança internacional – Diplomacia e prevenção de crises.
✅ Desenvolvimento institucional do Brics – Ampliação da influência do bloco.
“O mundo está em uma encruzilhada. As decisões tomadas hoje moldarão a governança global pelas próximas gerações”, concluiu Vieira, reafirmando o papel do Brics na construção de uma nova ordem internacional mais equilibrada e representativa.
Fonte:agência gov
Foto:foto da web





Add Comment