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CHAMADA À COBRAR

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, telefonou nesta segunda-feira (18) para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A ligação foi confirmada pelo Kremlin e pelo Palácio do Planalto.

Segundo nota oficial, Putin relatou a Lula os detalhes de sua reunião com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, realizada na última sexta-feira (15), no Alasca. O encontro abordou temas globais, incluindo a retomada das relações bilaterais entre Washington e Moscou e a busca por uma solução para o conflito na Ucrânia.

De acordo com o Planalto, Lula agradeceu o contato e reafirmou “o apoio do Brasil a todos os esforços que conduzam a uma solução pacífica para o conflito”. A nota também destacou que Putin reconheceu o envolvimento brasileiro no Grupo de Amigos da Paz, iniciativa em parceria com a China.

Além de Lula, o líder russo conversou recentemente com Xi Jinping (China), Narendra Modi (Índia) e Cyril Ramaphosa (África do Sul), todos integrantes do Brics. Para analistas, a movimentação indica a importância estratégica do grupo.

“O Kremlin percebe o Brasil e Lula como interlocutores capazes de transitar entre o Ocidente e o Sul geopolítico”, avalia Guilherme Conceição, pesquisador do Centro de Investigação em Rússia, Eurásia e Espaço Pós-Soviético (CIRE). Segundo ele, o gesto reforça a imagem brasileira como uma potência média, com autonomia estratégica e capacidade de diálogo em fóruns internacionais.

Na mesma linha, Vinícius Guilherme Rodrigues Vieira, professor da Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), destaca que a ligação reforça o peso do Brics na construção de uma nova ordem mundial.
“Não é apenas uma expressão do prestígio de Lula, mas do Brasil como um player essencial no atual cenário global. O grupo passa a ter uma influência coletiva que jamais teve individualmente nos últimos 200 anos”, afirmou.

Para os especialistas, a sequência de contatos de Putin com lideranças do Brics busca contrapor a narrativa ocidental de isolamento da Rússia e, ao mesmo tempo, testar a receptividade a novas propostas de cessar-fogo que possam surgir das negociações entre Trump, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e líderes europeus, previstas para esta semana em Washington.