O presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou, nesta terça-feira (5), a saída do Brasil do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO/ONU). O anúncio foi feito durante o encerramento da plenária do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), no Palácio do Planalto.
A conquista marca o retorno do país a uma condição de segurança alimentar, com menos de 2,5% da população em situação de subnutrição, segundo a média trienal de 2022 a 2024. Em seu discurso, Lula destacou que o resultado só foi possível graças ao trabalho conjunto entre governo e sociedade civil.
“Não se combate a fome com política quebra-galho. A fome é responsabilidade do Estado e exige políticas públicas permanentes. Se não fossem os movimentos sociais, os sindicatos, os assistentes sociais e a sociedade mobilizada, não teríamos chegado até aqui”, afirmou o presidente.
Lula também ressaltou que a experiência pessoal com a fome motiva o governo a priorizar ações de combate à pobreza e de promoção da dignidade humana. Entre as medidas adotadas estão o fortalecimento da agricultura familiar, a valorização do salário mínimo, a ampliação do acesso à alimentação escolar e o estímulo à geração de emprego e renda.
Políticas públicas integradas
De acordo com o ministro do Desenvolvimento Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, o Brasil voltou ao caminho da segurança alimentar com políticas públicas consistentes e foco nas populações mais vulneráveis.
“Esta é a segunda vez que, sob a liderança do presidente Lula, o Brasil sai do Mapa da Fome. A primeira foi em 2014. Infelizmente, voltamos a ele em 2021, mas agora conseguimos atingir a meta antes do prazo previsto para 2026”, afirmou Dias.
A presidente do Consea, Elisabetta Recine, reforçou que a conquista foi possível devido à experiência acumulada pelo país na formulação de políticas públicas voltadas à segurança alimentar.
“Mesmo após retrocessos, não esquecemos como fazer. Desenvolvemos políticas integradas, com foco nas comunidades mais vulneráveis, protegendo a produção local e aumentando a renda”, destacou.
Avanços e desafios
Dados da Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (Ebia), aplicada em pesquisas do IBGE, apontam que cerca de 24 milhões de brasileiros deixaram a insegurança alimentar grave entre 2022 e 2023. A expectativa do governo é consolidar esse avanço com ações estruturantes e continuidade das políticas sociais.
Durante a reunião, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência e secretário-geral do Consea, Márcio Macêdo, ressaltou o papel da sociedade civil na conquista.
“Foi um processo construído coletivamente, com ações econômicas e sociais que devolveram dignidade à população brasileira”, afirmou.
O evento também contou com debates sobre a relação entre segurança alimentar e mudanças climáticas, com a participação de autoridades e representantes da sociedade civil.
O Consea integra o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan) e atua na formulação e monitoramento de políticas públicas na área, com representação tripartite dos governos federal, estadual, municipal e da sociedade civil organizada.





Add Comment