Presidente americano criticou conferência do clima em Belém
O governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), respondeu na noite deste domingo (9) à crítica feita pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou que uma rodovia teria sido aberta na Amazônia para que ambientalistas pudessem chegar à COP de Belém.
“Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas. Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia — com destaque para o estado do Pará, que obteve seu melhor resultado. Ou, no mínimo, seguir o exemplo do Governo do Brasil e investir mais de US$ 1 bilhão para salvar florestas no mundo. Ainda dá tempo de passar na COP30, presidente Trump. Esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar”, afirmou Barbalho.
Mais cedo, fontes do governo já haviam informado à CNN que a rodovia pode ser considerada “verde”, por ter cumprido toda a legislação ambiental.
Em nota, a Secretaria Extraordinária para a COP30, vinculada à Casa Civil da Presidência da República, afirmou que a obra de construção da Avenida Liberdade, em Belém (PA), não é de responsabilidade do governo federal e não faz parte do escopo de infraestrutura preparado para a conferência.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Seinfra) reforçou essa informação em nota oficial, destacando que “o projeto da Avenida Liberdade segue o trajeto de um linhão de energia, onde a vegetação já havia sido suprimida, reduzindo o tempo de deslocamento e evitando a emissão de 17,7 mil toneladas de CO₂ por ano”.
O texto também informa que “a intervenção possui licença ambiental e cumpre 57 condicionantes sociais e ambientais, incluindo 37 passagens de fauna para garantir o deslocamento seguro das espécies locais, além de ciclovia e sistema de iluminação com energia solar”.
De forma extraoficial, autoridades do Pará afirmam que o projeto da rodovia foi elaborado em 2020, muito antes da decisão da ONU de realizar o evento em Belém. A via tem aproximadamente 14 km e liga Belém a outros cinco municípios da região metropolitana, em um curso paralelo à BR-316 — com o objetivo de desafogar o trânsito na rodovia principal.
O relatório também aponta que, por seguir o traçado de um linhão de transmissão de energia, não foi necessário desmatar áreas nativas. Estima-se que cerca de 20% do percurso tenha passado por desmatamento, mas apenas em vegetação secundária e já antropizada — termo usado para designar áreas previamente alteradas por atividade humana.





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