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SP registra recorde de feminicídios e alerta cresce na capital

A cidade de São Paulo atingiu, em 2025, o maior número de feminicídios já registrado desde o início da série histórica em 2015. Entre janeiro e outubro, foram confirmados 53 casos — superando todos os anos anteriores mesmo sem a inclusão dos dados de novembro e dezembro.

O levantamento foi realizado com base nos números disponibilizados no Portal da Transparência da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Os dados consideram apenas feminicídios consumados, excluindo tentativas. Entre os episódios recentes, um caso chocou o país: uma mulher de 31 anos foi atropelada e arrastada por mais de um quilômetro pelo ex-ficante, resultando na amputação das pernas.

Evolução dos casos na capital

Os registros de feminicídio em SP mostram forte oscilação ao longo dos anos, mas o aumento recente acende um alerta. Os números saltaram de 38 casos em 2023 para 51 em 2024, chegando ao recorde de 53 em 2025 (até outubro).

No estado, o cenário também é preocupante: foram 207 feminicídios nos primeiros dez meses do ano, contra 191 no mesmo período de 2024 — alta de 8%.

Especialistas afirmam que o crescimento pode estar ligado tanto ao avanço da violência quanto à maior precisão na classificação dos crimes após a lei que tipifica o feminicídio como homicídio qualificado e crime hediondo.

Segundo a coordenadora do Laboratório de Estudos de Feminicídios (Lesfem), Silvana Mariano, o problema é estrutural e exige ação conjunta entre diversas políticas públicas — educação, saúde, assistência social, habitação e combate à desigualdade de gênero.

Casos recentes ampliam preocupação na capital

Além do caso da mulher atropelada e arrastada, um outro episódio recente chamou atenção: uma mulher de 38 anos foi alvo de seis disparos dentro da pastelaria onde trabalhava, na Zona Norte da capital. O agressor fugiu e teve prisão temporária solicitada.

Resposta das autoridades

A Prefeitura e o Governo de São Paulo destacaram iniciativas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher, como a ampliação das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), o aplicativo Mulher Segura e programas de apoio e acolhimento como as Casas da Mulher e o Guardiã Maria da Penha.

Apesar dos avanços, especialistas reforçam que a prevenção ainda depende de integração de políticas e fortalecimento das redes de apoio para evitar que a violência chegue ao ponto extremo: o feminicídio.