Servidores do Detran-DF recebiam propina para realizar transferências de veículos com documentação irregular, sem que os proprietários precisassem comparecer pessoalmente aos órgãos.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, na manhã desta quinta-feira (6/11), uma operação para investigar um esquema de corrupção no Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF).
Foram cumpridos 45 mandados de busca e apreensão nas regiões da Cidade do Automóvel, Taguatinga, Águas Claras, Vicente Pires, São Sebastião, Riacho Fundo I e II, Santa Maria, Ceilândia, Vila Planalto, Noroeste, Pedregal (GO) e Águas Lindas de Goiás (GO).
Segundo as investigações, servidores do órgão realizavam transferências de veículos de forma irregular, sem a necessidade da presença dos proprietários. Além dos servidores, empresas de venda de veículos também são alvo da operação.
Esquema e valores
De acordo com a PCDF, dois servidores do Detran recebiam cerca de R$ 150 por processo irregular. Eles emitiam a Autorização de Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV-e) sem verificar a documentação exigida, com base em arquivos enviados por empresários e intermediários. O esquema envolvia ainda manipulação de dados e documentos internos do órgão.
“A investigação teve início a partir de informações encaminhadas pela própria Corregedoria do Detran-DF, que apontou prováveis crimes praticados por um servidor da unidade de Brazlândia. O aprofundamento das apurações identificou outro servidor e os empresários que pagavam pela atuação ilícita”, explicou o delegado-chefe da 18ª DP, Fernando Cocito.
As apurações apontam que os dois servidores emitiram centenas de autorizações irregulares nos últimos quatro anos, mediante pagamentos realizados por, pelo menos, 36 empresários.
A operação, batizada de “Wrong Way”, contou com a participação de 120 policiais civis, que recolheram documentos e equipamentos eletrônicos nas residências e empresas dos investigados.
Nota do Detran-DF
Em nota, o Detran-DF informou que está acompanhando e colaborando com as investigações conduzidas pela PCDF. O órgão destacou que mantém o sigilo necessário para garantir a integridade do inquérito e afirmou que atua de forma integrada com o Tribunal de Contas do DF, o Ministério Público e a Polícia Civil para identificar e desarticular fraudes.





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