“Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra a iniciar os testes de nossas armas nucleares em igualdade de condições”, escreveu Trump.
A caminho de um encontro diplomático crucial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira (29) que instruiu o Departamento de Defesa a retomar os testes de armas nucleares, um dia após a Rússia anunciar o teste de uma arma capaz de provocar um tsunami.
“Devido aos programas de testes de outros países, instruí o Departamento de Guerra a iniciar os testes de nossas armas nucleares em igualdade de condições”, escreveu Trump em sua rede Truth Social, enquanto viajava para Busan, na Coreia do Sul, onde se encontrará com o presidente da China, Xi Jinping.
Os Estados Unidos interromperam os testes explosivos de armas nucleares em 1992, antes de o então presidente George H. W. Bush implementar uma moratória sobre tais experimentos, ao final da Guerra Fria.
Não havia, porém, indicação de que os EUA detonariam ogivas nucleares. Os militares já testam regularmente seus mísseis e outros equipamentos. A Casa Branca não respondeu de imediato aos pedidos de esclarecimento.
A ameaça de retomar os testes — os primeiros em 33 anos — chamou atenção tanto pelo momento quanto pelo conteúdo.
A declaração ocorreu pouco antes do encontro com o líder chinês, que comanda um dos programas nucleares de desenvolvimento mais acelerados do mundo. Apesar disso, a China não realiza testes nucleares desde 1996, e a Rússia, desde 1990.
Trump publicou a atualização nas redes sociais enquanto seu helicóptero, o Marine One, sobrevoava em direção ao Aeroporto Internacional de Gimhae para o encontro com Xi.
“A Rússia está em segundo lugar, e a China em um distante terceiro, mas estarão empatadas dentro de cinco anos”, escreveu Trump.
A expressão “em igualdade de condições” pode indicar que Trump pretende demonstrar o poder dos mísseis americanos ou dos ativos nucleares submarinos, em vez de realizar um teste nuclear propriamente dito.
O encontro marca a primeira reunião presencial entre os líderes desde o início do segundo mandato de Trump, em janeiro. A agenda busca estabilizar uma das relações geopolíticas mais importantes do mundo em meio à guerra comercial entre as duas potências.
Entretanto, a publicação de Trump sinalizou que o diálogo pode tomar outros rumos — ainda que ele parecesse entusiasmado com o encontro.
“O G2 se reunirá em breve!”, publicou o presidente em letras maiúsculas, referindo-se ao “Grupo dos Dois”, as maiores economias do planeta.
O anúncio também veio dias após Vladimir Putin afirmar que a Rússia testou com sucesso um míssil de cruzeiro com propulsão e capacidade nuclear, além de um torpedo nuclear que os EUA chamam de Skyfall.
O torpedo teria sido projetado para cruzar o Oceano Pacífico, da costa leste da Rússia até atingir a costa oeste americana. No entanto, a demonstração de força de Putin — após o fracasso das negociações com Trump — limitou-se aos testes dos veículos de lançamento, sem detonação de armas nucleares.
Fonte: Estadão Conteúdo





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