O ator e diretor Robert Redford, um dos maiores nomes de Hollywood, morreu nesta terça-feira (16/9), aos 89 anos, em sua casa em Sundance, nas montanhas de Utah. A informação foi confirmada por sua agente, Cindi Berger, que destacou que o ator faleceu cercado por familiares. “Sentiremos muita falta dele. A família pede privacidade neste momento”, afirmou.
Redford construiu uma carreira de mais de cinco décadas, atuando em mais de 50 filmes e dirigindo produções premiadas. Ícone de beleza, talento e carisma, recebeu um Oscar de Melhor Diretor em 1980 por Gente como a Gente e um Oscar honorário em 2002 pelo conjunto da obra. Também fundou o Festival de Cinema de Sundance, que se consolidou como vitrine mundial para o cinema independente.
Início da carreira
Nascido em Santa Monica, Califórnia, em 18 de agosto de 1936, Charles Robert Redford Jr. teve uma juventude turbulenta, marcada pela perda precoce da mãe e pela expulsão da universidade por mau comportamento. Após viajar pela Europa e estudar arte, decidiu ingressar na Academia Americana de Arte Dramática, em Nova York.
No final dos anos 1950, começou a atuar em pequenas produções de teatro e televisão, aparecendo em séries como Os Intocáveis e Perry Mason. Sua estreia no cinema ocorreu em 1960, mas o reconhecimento só veio anos depois, com papéis de destaque ao lado de Jane Fonda e Natalie Wood.
Estrelato em Hollywood
O grande salto de sua carreira veio em 1969, com o clássico Butch Cassidy, no qual interpretou Sundance Kid, ao lado de Paul Newman. A dupla repetiria o sucesso em Golpe de Mestre (1973), que rendeu a Redford sua única indicação ao Oscar de Melhor Ator.
Nos anos 1970, consolidou-se como astro internacional em filmes como O Grande Gatsby, Nosso Amor de Ontem (com Barbra Streisand) e Todos os Homens do Presidente, no qual interpretou o jornalista Bob Woodward, do Washington Post, em uma das obras mais importantes sobre o escândalo de Watergate.
Reconhecimento como diretor
Em 1980, Redford estreou na direção com Gente como a Gente, drama que lhe rendeu o Oscar de Melhor Diretor. Ao longo da carreira, dirigiu longas aclamados como Nada é para Sempre e Lendas da Vida.
Além de atuar e dirigir, Redford usou sua influência para apoiar cineastas independentes. O Festival de Sundance, fundado por ele, revelou nomes como Quentin Tarantino e Steven Soderbergh.
Últimos anos e legado
Mesmo afastado gradualmente das telas, Redford ainda participou de produções marcantes, como Até o Fim (2013), considerado por muitos críticos sua melhor atuação, e Capitão América 2: O Soldado Invernal (2014), no qual interpretou o agente Alexander Pierce. Seu último papel no cinema foi em O Velho e a Arma (2018).
Redford também foi um ativista político e ambiental, engajado em causas progressistas, na defesa dos povos indígenas e na preservação do meio ambiente.
Em sua vida pessoal, foi casado duas vezes e teve quatro filhos. Enfrentou perdas dolorosas, incluindo a morte do filho mais novo, Scott, e de David, em 2020.
Um astro que via beleza como obstáculo
Apesar do reconhecimento como um dos atores mais atraentes de sua geração, Redford acreditava que sua beleza atrapalhou sua carreira, levando críticos e produtores a subestimarem seu talento. Ele próprio dizia que o “carma” havia cobrado um preço em sua vida pessoal.
Ainda assim, construiu um legado único como ator, diretor e defensor do cinema independente, consolidando-se como uma das figuras mais respeitadas e influentes da história de Hollywood.





Add Comment