O presidente Luiz Inácio Lula da Silva concluiu sua visita oficial à China nesta quarta-feira (14/5) com a assinatura de 20 acordos bilaterais e o anúncio de R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil. Em entrevista à imprensa, Lula afirmou que a relação com o país asiático é “muito estratégica” e destacou que os acordos firmados devem guiar a cooperação entre as duas nações pelos próximos 50 anos.
“A nossa relação com a China é muito estratégica. Queremos atrair investimentos, aprender e compartilhar conhecimento em áreas como tecnologia, inteligência artificial, ferrovias e energia limpa”, declarou o presidente.
Além dos 20 acordos assinados, outros 17 documentos foram adotados, incluindo memorandos e protocolos em setores como ciência, saúde, meio ambiente, infraestrutura e defesa.
Tecnologia, energia e saúde como prioridades
Lula participou de encontros com executivos de empresas chinesas e anunciou investimentos expressivos, como o aporte de US$ 1 bilhão na produção de combustível renovável para aviação, por meio da Envision Group, e a criação de um centro de pesquisa em energia renovável, fruto da parceria entre a Windey Technology e o Senai Cimatec. Também foi anunciada a instalação de um centro de excelência para o desenvolvimento de vacinas e uma plataforma nacional de Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs).
Expansão do comércio e preocupação com equilíbrio
O presidente ressaltou o crescimento do comércio entre Brasil e China, que saltou de US$ 6,6 bilhões em 2003 para US$ 160 bilhões em 2024, com um superávit de US$ 31 bilhões para o Brasil. No entanto, Lula defendeu uma relação mais equilibrada: “O comércio justo é aquele de mão dupla, onde ambos vendem e compram de maneira proporcional”.
Acordo de paz entre Rússia e Ucrânia
Durante a coletiva, Lula comemorou o avanço nas conversas de paz entre Rússia e Ucrânia, revelando que tanto Vladimir Putin quanto Volodymyr Zelensky aceitaram dialogar em Istambul. “É com otimismo que vimos a disposição dos dois lados de trocar palavras, não tiros”, afirmou.
Fortalecimento do Brics e integração regional
Lula destacou a importância do Brics e afirmou que a próxima cúpula do grupo, marcada para julho no Rio de Janeiro, será “a melhor já realizada”. Ele também participou do IV Fórum Celac-China, que busca ampliar a cooperação entre países do Sul Global, e defendeu a união regional para viabilizar grandes obras de infraestrutura com apoio chinês.
Setor portuário e infraestrutura
Segundo o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, empresas chinesas demonstraram interesse no leilão do túnel Santos-Guarujá, previsto para agosto, com investimentos estimados em R$ 6 bilhões. Também foram firmados compromissos que podem injetar quase R$ 5 bilhões em portos públicos e fortalecer a cooperação na aviação civil.
Liderança regional e projeção global
A visita reforçou o papel do Brasil como ator relevante no cenário internacional. Segundo o Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC), o Brasil é o principal destino dos investimentos chineses na América Latina, totalizando US$ 73,3 bilhões em 264 projetos entre 2007 e 2023.
Ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, Lula reafirmou o compromisso com a modernização do Brasil, a transição energética, a cooperação multilateral e a construção de um planeta mais sustentável e justo.
Voz de Brasília
Fonte: agência gov
Foto: foto da web





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