Economia

Investimento estrangeiro soma US$ 1,83 bilhão em janeiro, menor valor para o mês em 15 anos

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Contas externas registraram déficit de US$ 7,25 bilhões em janeiro, menor rombo em três anos, segundo informações do Banco Central. Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 1,838 bilhão em janeiro deste ano, de acordo com números divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quarta-feira (24).
Isso representa uma queda de 30,7% na comparação com o mesmo mês de 2020, quando foi registrado o ingresso de US$ 2,654 bilhões.
Essa também foi a menor entrada líquida de investimentos diretos na economia brasileira, para o mês de janeiro, desde 2006 (US$ 1,472 bilhão), ou seja, em 15 anos.
A queda nos investimentos acontece em meio à tensão nos mercados, causada pela pandemia do novo coronavírus, e também às dificuldades para aprovar reformas que reequilibrem as contas públicas, além do fraco nível de atividade (com o fim do auxílio emergencial).
Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros somaram US$ 34,167 bilhões, queda de 50,6% frente a 2019. Foi o menor ingresso anual desde 2009.
Para 2021, o BC estimou, em dezembro do ano passado, que os investimentos diretos de estrangeiros no país avançarão para US$ 60 bilhões devido à “redução de incertezas relacionadas à pandemia – e, consequentemente, a um ambiente externo mais favorável para economias emergentes – e ao crescimento doméstico, que deve melhorar a lucratividade das empresas estrangeiras no Brasil”.
Contas externas
Por outro lado, as contas externas registraram um déficit de US$ 7,253 bilhões em janeiro, o que representa um rombo 29,6% menor na comparação com o mesmo mês de 2020 (-US$ 10,305 bilhões).
Esse também foi o melhor resultado para o mês de janeiro desde 2018, quando foi registrado um déficit de US$ 6,778 bilhões. Ou seja, foi o menor resultado negativo em três anos.
O resultado de transações correntes, um dos principais do setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
Em todo ano passado, as contas externas registraram um déficit de US$ 12,517 bilhões. Esse foi o melhor resultado para um ano fechado desde 2007, ou seja, em 13 anos.
Para 2021, o BC estimou, em dezembro do ano passado, um aumento no rombo das contas externas para US$ 19 bilhões devido ao “cenário de continuidade da retomada da atividade doméstica” e do “crescimento da demanda global e atenuação da intensidade das intervenções não farmacêuticas para contenção da Covid-19”.
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